domingo, 3 de julho de 2011

UNIRAM-SE OS CORAÇÕES

Jesus pede amor e pede reparação

Nesta manhã, segui as ruas da amargura; não podiam ser mais tristes e amargas. O meu coração foi sangrando em toda a viagem. Quanto mais caminhava, mais espinhos e lanças o feriam. O corpo, sem poder aguentar o peso da cruz, caiu desfalecido. Jesus parecia que ia ofegante, dentro de mim. No alto da cruz continuei a senti-lo ofegante, mas quase sem vida. O Seu Divino Coração agonizante ia agonizando dentro do meu. Também no meu coração, os Seus divinos lábios balbuciaram: “Tenho sede!” E foi nesta sede de amor que Jesus entregou o Seu espírito e o meu com O d’Ele. Depressa senti como se de cima abaixo se rasgasse um véu, e Jesus apareceu-me com a Sua luz e deu-me a Sua vida. Após uns momentos, falou-me assim:

– Aqui está Jesus, o mendigo, o pedinte do amor. Aqui está Jesus, o pedinte, o mendigo da dor, daquela dor que repara, daquela dor que dá a vida às almas. Repara o Coração Divino de Jesus, dá às almas a vida da graça, as quais custaram o Seu Divino Sangue. Reparai, reparai bem quem é o pedinte, quem é o mendigo. É Jesus, é Jesus, ansioso de se dar, de se dar todo, com todas as riquezas do Seu Divino Coração. É Jesus, ansioso de possuir inteiramente os corações da humanidade inteira. Reparai e ponderai como é grande, infinitamente grande o amor misericordiosíssimo de Jesus. Reparai! Jesus baixa do Céu à terra, vem ao coração da Sua esposa e vítima pedir, pedir incessantemente. Jesus pede amor e pede reparação. Ó minha filha, minha filha, os pecadores rasgam à espada o meu Divino Peito e atingem cruelmente este Coração que tanto amou e ama. Ó minha filha, minha filha, os meus divinos olhos têm que chorar. Este Coração amorosíssimo não pode cessar de sangrar; a chaga está aberta. Fazem-Me chagas sobre chagas. São os pecadores, são os ingratos, são os cruéis.

– Sossegai, sossegai, Jesus. Parem ao longe, muito ao longe, não de mim mas sim de Vós; longe de Vós para ferir-Vos, mas perto de Vós para receberem o Vosso perdão. Parem e venham todos para mim, para ferirem o meu pobre coração, para não ferirem o Vosso. Parem e venham todos para mim com todas as crueldades, com todos os martírios, para que eu possa, sim, meu Jesus, dar-Vos a Vós toda a reparação necessária. Eu quero chorar e chorar sempre, meu Jesus, as Vossas lágrimas. Eu quero sofrer e sentir sempre as Vossas dores. Parem, parem ao longe os corações ingratos, para não usarem para Vós de mais ingratidão. Venham, venham para mim todos. Estou pronta a imolar-me, a sacrificar-me, para não ver o meu amantíssimo Jesus chorar nem sofrer.

– Pede, pede, minha filha, pede mais uma vez a Sua Santidade, ao Papa, ao meu representante na terra que a sua voz se faça ecoar na humanidade inteira como trombeta celeste que vem avisar, que vem prevenir, que cai em breve, muito em breve, sobre o mundo culpado, toda a justiça, toda a vingança do Senhor. Que mais uma vez ecoe a sua voz de Pai. Filhos meus, pede-vos Jesus. Fazei oração, fazei penitência. Convertei-vos! Deixai-vos dos crimes e das iniquidades, minha filha, minha filha, todo o pai que avisa ama. Todo o pai que repreende é correcto e fiel à lei do Senhor, assim como Eu o sou à lei do meu Pai.

– Ó meu Jesus, ó meu Jesus, estou cheia de medo, estou aprovada. A minha lama vê o mundo destruído, todo em ruínas. E parece que o Céu, revestido de nuvens negras, esmaga a terra e sobre ela deixa cair um fogo, um fogo consumidor. É a chuva, é a chuva da justiça. Bem o compreendo, meu Jesus. Perdoai, perdoai, sou a Vossa vítima. Perdoai por mais tempo. Perdoai, perdoai sempre.

– Vem, minha filha, minha amada filha. Recebe a gota do meu divino Sangue. Uniram-se os corações, O de Jesus com o da Sua esposa. Passou lentamente a gotinha de sangue. É a tua vida, é a tua vida. Jesus to afirma. É a força na tua imolação. É a vida que dás às almas. Vives de Jesus, dás a vida de Jesus. Vives a vida da graça, é a vida da graça que tu dás. Tem coragem, estou contigo. O meu divino Coração não pode separar-se do teu coração sofredor. Coragem, coragem! Fica na cruz.

– Obrigada, meu Jesus, obrigada, meu Amor!
(Beata Alexandrina Maria da Costa: Sentimentos da alma, 22 de Fevereiro de 1952 – Sexta-feira)

Sem comentários:

Enviar um comentário