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sexta-feira, 18 de maio de 2018


TRATADO DO PURGATÓRIO

 de Santa Catarina de Génova


INTRODUCÇÃO

Esta alma santa ainda em sua carne foi transportada ao purgatório do ardente amor de Deus. Ele a queimou toda e purificou-a do que tinha que purificar, para que no final desta vida pudesse ser apresentada ao olhar de Deus o seu doce amor.
Por meio deste amor ardente, ela compreendia nela mesma em que estado estão no purgatório as almas dos crentes para serem purificadas de toda a espécie de ferrugem e mancha de pecado ainda não apagado durante esta vida.
Ela mesma, estabelecida no purgatório do fogo divino do amor, permanecia unida ao seu amor divino, satisfeita com tudo o que ele operava nela; entendendo que assim era com as almas que estão no purgatório, ela dizia:

1. Perfeita conformidade das almas do Purgatório com a vontade de Deus.


As almas que estão no purgatório, segundo me parece compreender, não podem ter nenhuma outra escolha a não ser de estar nesse lugar. Isto acontece pela disposição de Deus. Não podem essas almas voltar-se sobre si mesmas, nem dizer: “Eu cometi esses pecados, pelos quais mereço estar aqui”. Nem pode dizer: “Quisera não tê-los cometido, porque agora estaria no paraíso”. Nem sequer exclamar: “Esta alma sairá daqui antes de mim, ou, sairei antes dela”?
Não podem ter lembrança de si mesmas nem dos outros (de bem ou de mal) que possam causar-lhe maior aflição da que já têm. Ao contrário, tem tal contentamento de se encontrarem na disposição e do que Deus nelas realiza quanto quer e como quer que não podem pensar em ter pena maior para si mesmas.
Vêem somente as operações da divina bondade que, com tanta misericórdia, conduzem o homem para Deus: Por isso, não podem ver nem os sofrimentos, nem os bens que possam acontecer ao homem como coisa dele. Se pudessem ver isto, não estariam em caridade pura. Não podem ver que estão nestas penas por seus pecados nem podem ter esta ideia na mente, porque isso seria uma imperfeição activa, a qual não pode existir nesse lugar, porque actualmente não se pode ali pecar.
A causa de estarem no purgatório, essas almas a vêem uma só vez, quando passam desta vida. Já não podem vê-la mais, pois, caso contrário, haveria uma posse. Portanto, estando essas almas em caridade e, não podendo desviar-se dela com nenhum defeito actual, não podem querer nem desejar senão o puro querer da pura caridade. Estando no fogo do purgatório, estão dentro da disposição divina, a qual é caridade pura, e não podem desviar-se o mínimo em nenhuma outra coisa, porque estão também igualmente impossibilitadas de pecar como de merecer.

sábado, 13 de junho de 2009

OS TENTADORES

Como trabalham os demónios

Os demónios que permanecem no meio de nós, e receberam o poder de nos tentar, são todos espíritos caídos do último coro. Os anjos destinados à nossa guarda são também simples anjos. Estes espíritos tentadores estão sem cessar ocupados na preparação da nossa perca. Os meios que eles utilizam para isso são tão subtis e tão variados, que a alma que a eles escapa pode sentir-se feliz e não deveria nunca esquecer de agradecer a Deus tão grande graça.
Nem um só momento, quer de dia quer de noite, estes cruéis inimigos deixam de nos tentar ora de uma maneira ora de outra, de maneira a desanimar aqueles que eles não podem vencer nem pela astúcia nem pela violência. A paciência é pois a arma defensiva por excelência. Ai daqueles que a deixam cair das próprias mãos !
Quando estes tentadores ordinários encontram almas fortes e pacientes, que eles não podem nem começar, chamam, para ajudá-los, companheiros mais astuciosos et mais ardis, não para combater com eles ou no lugar deles, porque Deus não o permite, mas para lhes sugerirem estratagemas mais eficazes.
Francisca sabia tudo isso por experiência ; era raro que ela fosse tentada por um só demónio. Regularmente outros vinham associar-se aos primeiros ; e fracos ainda, estes recorriam à malícia dos espíritos superiores que permaneciam no ar.
Ela tinha-se tornado tão perita nesta guerra, que travando combate, ela sabia a que coro (dos anjos) tinha pertencido aquele que dirigia, assim como quem ele era.

Santa Francisca Romana : Tratado do inferno ; Cap. VI.