VISÕES E INSTRUÇÕES
Santa
Ângela de Foligno
VISÕES E INSTRUÇÕES
ANGELA DE FOLIGNO
Eu — diz Ângela
de Foligno — ao entrar no caminho da penitência, fiz dezoito passos antes de
conhecer a imperfeição da vida.
PRIMEIRO PASSO
Ângela toma consciência dos seus
pecados
Olhei pela
primeira vez os meus pecados e compreendi-os: a minha alma ficou atemorizada e
tremeu por causa da danação, e chorei, chorei muito.
SEGUNDO PASSO
A CONFISSÃO
Então corei pela
primeira vez, e tal foi minha vergonha, que recuei diante da confissão. Não me confessei,
não ousava confessar, e fui à mesa sagrada, e foi com os meus pecados que
recebi o corpo de Jesus Cristo. É por isso que dia e noite a minha consciência
continuava a repreender-me. Eu implorei São Francisco para me encontrar o
confessor que eu precisava, alguém que pudesse entender e a quem eu pudesse
falar. Na mesma noite, o “velhote” me apareceu. “Minha irmã”, disse ele, “se
me tivesses chamado antes, eu te teria ouvido mais cedo. O que pedes está
feito.”
No dia seguinte,
encontrei na igreja de São Feliciano, um frade que pregava.
Depois do sermão,
resolvi confessar-me a ele. Confessei-me plenamente e recebi a absolvição. Não
senti amor; apenas amargura, vergonha e dor.
TERCEIRO PASSO
A SATISFACÃO
Perseverei na
penitência que me foi imposta; procurei satisfazer a justiça, vazia de qualquer
consolação, pena ou dor.
QUARTO PASSO
CONSIDERAÇÃO DA MISERICÓRDIA
Lancei um
primeiro olhar sobre à misericórdia divina; conheci aquela que me tirara do
inferno, como aquela que me deu a graça que conto. Recebi a sua primeira
iluminação; a dor e os prantos redobraram. Entreguei-me a uma severa
penitência; mas não quero dizer qual.
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