A adoração
Jesus sobre a Cruz fizera de Sua morte sacrifício de adoração. Fora a mais perfeita realização do preceito do decálogo: “Temerás o Senhor, teu Deus, prestar-lhe-ás o teu culto e só jurarás pelo seu nome” (Dt 6, 13). É por essa palavra divina que Jesus respondera a Satã, que lhe dizia: “Dar-te-ei todos os reinos do mundo, se Tu te prostrares perante mim para me adorares, si cadens adoraveris me”.
A adoração é devida a Deus somente, por causa de sua excelência soberana de Criador ― já que somente Ele é o mesmo Ser, eternamente subsistente, a mesma Sabedoria, o mesmo Amor. A adoração que Lhe é devida há de ser, por sua vez, exterior e interior, inspirada pelo amor; deve ser adoração em espírito e verdade.
Jesus ofereceu a Deus uma adoração de valor infinito, no Getsemani, ao prostrar a face contra a terra, dizendo: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres” (Mt 26, 39). Essa adoração reconhece pratica e profundamente a excelência soberana de Deus, mestre da vida e da morte; de Deus Que, por amor ao Salvador, queria se servir da morte ― pena do pecado ― para a reparação do pecado e nossa salvação. Há, neste decreto eterno de Deus ― que contém toda a história do mundo ― uma excelência soberana, a qual é reconhecida à adoração no Getsemani.
A adoração do Salvador continua sobre a Cruz ― com Maria se Lhe associando, na medida da plenitude da graça que recebera e que não cessara de aumentar. Ao momento da crucificação de seu Filho, ela adorara os decretos de Deus, autor da vida, Que fizera da morte de seu Filho inocente reparação do pecado, para o bem eterno das almas.
Adoremos Deus, em união com Nosso Senhor e sua Santa Mãe, e digamos de todo coração, como nos insta S. S. [São] Pio X: “Senhor, meu Deus, a partir de hoje, de coração tranquilo e submisso, aceito de vossa mão o género de morte que Vos agradará enviar-me, com todas as suas angústias, todas as suas penas e todas as suas dores”.
Todo aquele que, uma vez na vida e no dia de sua escolha, tiver recitado esse ato de resignação após a confissão e comunhão ganhará uma indulgência plenária que se lhe aplicará à hora da morte, seguida da pureza de consciência. Mas seria recomendável repetir a cada dia esse sacrifício, para assim nos prepararmos a fazer de nossa morte ― o instante derradeiro, em união com o sacrifício do Cristo continuado em substância sobre o altar ― um sacrifício de adoração, considerando o domínio soberano de Deus, Sua majestade e a bondade Daquele “que conduz a profundos abismos e deles tira ― Dominus mortificat et vivificar, deducit ad inferos et reducit” (Dt 32, 39; Tb 13, 2; Sb 14,13). Essa adoração de Deus, mestre da vida e da morte, se pode fazer de modos bem diferentes, conforme as almas sejam mais ou menos esclarecidas: não é realmente melhor unir-se desta feita, a cada dia, ao sacrifício de adoração do Salvador?
Sejamos desde agora adoradores em espírito e verdade; que a adoração seja tão sincera e profunda que se reflicta realmente em nossa vida e nos disponha àquela que devemos possuir ao instante final.
A adoração é devida a Deus somente, por causa de sua excelência soberana de Criador ― já que somente Ele é o mesmo Ser, eternamente subsistente, a mesma Sabedoria, o mesmo Amor. A adoração que Lhe é devida há de ser, por sua vez, exterior e interior, inspirada pelo amor; deve ser adoração em espírito e verdade.
Jesus ofereceu a Deus uma adoração de valor infinito, no Getsemani, ao prostrar a face contra a terra, dizendo: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres” (Mt 26, 39). Essa adoração reconhece pratica e profundamente a excelência soberana de Deus, mestre da vida e da morte; de Deus Que, por amor ao Salvador, queria se servir da morte ― pena do pecado ― para a reparação do pecado e nossa salvação. Há, neste decreto eterno de Deus ― que contém toda a história do mundo ― uma excelência soberana, a qual é reconhecida à adoração no Getsemani.
A adoração do Salvador continua sobre a Cruz ― com Maria se Lhe associando, na medida da plenitude da graça que recebera e que não cessara de aumentar. Ao momento da crucificação de seu Filho, ela adorara os decretos de Deus, autor da vida, Que fizera da morte de seu Filho inocente reparação do pecado, para o bem eterno das almas.
Adoremos Deus, em união com Nosso Senhor e sua Santa Mãe, e digamos de todo coração, como nos insta S. S. [São] Pio X: “Senhor, meu Deus, a partir de hoje, de coração tranquilo e submisso, aceito de vossa mão o género de morte que Vos agradará enviar-me, com todas as suas angústias, todas as suas penas e todas as suas dores”.
Todo aquele que, uma vez na vida e no dia de sua escolha, tiver recitado esse ato de resignação após a confissão e comunhão ganhará uma indulgência plenária que se lhe aplicará à hora da morte, seguida da pureza de consciência. Mas seria recomendável repetir a cada dia esse sacrifício, para assim nos prepararmos a fazer de nossa morte ― o instante derradeiro, em união com o sacrifício do Cristo continuado em substância sobre o altar ― um sacrifício de adoração, considerando o domínio soberano de Deus, Sua majestade e a bondade Daquele “que conduz a profundos abismos e deles tira ― Dominus mortificat et vivificar, deducit ad inferos et reducit” (Dt 32, 39; Tb 13, 2; Sb 14,13). Essa adoração de Deus, mestre da vida e da morte, se pode fazer de modos bem diferentes, conforme as almas sejam mais ou menos esclarecidas: não é realmente melhor unir-se desta feita, a cada dia, ao sacrifício de adoração do Salvador?
Sejamos desde agora adoradores em espírito e verdade; que a adoração seja tão sincera e profunda que se reflicta realmente em nossa vida e nos disponha àquela que devemos possuir ao instante final.
Garrigou-Lagrange: La vie spirituelle nº 194, nov. 1935
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